A Polícia Federal (PF) lançou, na quinta-feira, a segunda fase de uma operação com o objetivo de identificar os envolvidos em um ataque hacker ocorrido em junho, que desviou aproximadamente R$ 813 milhões de contas utilizadas por bancos e instituições de pagamento para gerenciar transferências Pix. A operação é um esforço conjunto com o Ministério Público de São Paulo.
As autoridades estão cumprindo 42 mandados de busca e apreensão e 26 mandados de prisão (19 preventivas e sete temporárias) em diversas localidades, incluindo Goiânia (Goiás), Brasília, Itajaí e Balneário de Camboriú (Santa Catarina), São Paulo e Praia Grande, Belo Horizonte, Betim e Uberlândia (Minas Gerais), João Pessoa (Paraíba) e Camaçari (Bahia). Adicionalmente, foram tomadas medidas para bloquear bens e fundos totalizando cerca de R$ 640 milhões.
De acordo com a PF, alguns dos suspeitos estão localizados no exterior, e prisões internacionais estão sendo realizadas simultaneamente. A operação conta com o apoio da Interpol, da Brigada Central de Fraudes Informáticas da Polícia Nacional da Espanha e de agências policiais na Argentina e em Portugal, por meio de cooperação policial internacional.
Os crimes investigados incluem organização criminosa, acesso não autorizado a sistemas de informática, furto mediante fraude eletrônica e lavagem de dinheiro.
O ataque a recursos mantidos no Banco Central é considerado o maior evento desse tipo já registrado no Brasil, de acordo com a Grupo FS, uma empresa brasileira líder em segurança cibernética. Os fundos estavam em contas pertencentes a clientes da C&M Software, uma prestadora de serviços de tecnologia para instituições do setor financeiro. A empresa de tecnologia gerencia o intercâmbio de informações entre instituições brasileiras ligadas ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), incluindo o ambiente Pix. Entre os clientes estão grandes empresas brasileiras como Bradesco e XP, que afirmaram não terem sido afetadas pelo incidente.
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